Com
média de uma demissão de ministro a cada 51 dias, governo Dilma bate recorde em
seu primeiro ano de mandato.
Isis Rangel
Os problemas nesse primeiro ano de governo de Dilma Rousseff parecem não ter fim. Nos primeiros nove meses de gestão, a presidente perdeu os titulares da Casa Civil, Transportes, Defesa, Agricultura e Turismo.
O
primeiro a deixar o governo foi Antonio Palocci, que saiu da Casa Civil após
denúncias do jornal Folha de S. Paulo de que seu patrimônio teria aumentado 20
vezes nos últimos cinco anos. No início de junho, Palocci entregou seu pedido
de demissão à Dilma. Ele foi substituído pela senadora do PT, Gleisi Hoffmann.
A
demissão do ministro da Defesa, Nelson Jobim, já era esperada há algum tempo.
Sempre que tinha a oportunidade, o ministro fazia críticas ao governo Dilma. No
início de agosto, a presidente demitiu Jobim e chamou o ex-ministro das
Relações Exteriores no governo Lula, Celso Amorim para assumir a pasta.
Em
meados de junho, a presidente lidou com mais uma crise ministerial. A revista
Veja revelou irregularidades na pasta de Transportes. Segundo
a publicação, havia um esquema de cobrança de propinas entre empresas
prestadoras de serviço envolvidas em reformas e construção de estradas. O esquema
seria coordenado pelo deputado Waldemar Costa Neto, do PR. O partido
arrecadaria de 4% a 5% do valor das propinas.
O
diretor executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(Dnit), José Henrique Sadok de Sá foi afastado do cargo por envolvimento no
esquema de propinas.
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Após
essa denúncia, Alfredo Nascimento deixou a pasta e em seu lugar, Dilma efetivou
Paulo Sérgio Passos. Ao menos 27 pessoas foram afastadas ou demitidas de seus
cargos no ministério e no Dnit.
No
dia 30 de julho, mais um escândalo revelado, agora no ministério da Agricultura.
A revista Veja publicou uma entrevista em que Oscar Jucá Neto, ex-diretor da
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), afirmou existir um esquema de
corrupção entre PMDB e PTB para controlar o dinheiro da pasta.
Reportagem
do dia 7 de agosto do jornal Folha de S. Paulo, revelou que Wagner Rossi, então
ministro da Agricultura, transformou o Conab em cabide de empregos ao aumentar
de 6 para 26 o número de cargos para assessores especiais.
No
dia 17 de agosto, após a abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) para
investigar as denúncias, Wagner Rossi deixou o cargo. O PMDB indicou o deputado
Mendes Ribeiro para assumir o ministério.
E
foi a PF que deflagrou outro caso de corrupção no governo. A Operação Voucher
investigava o esquema de desvio de verbas públicas por meio de emendas
parlamentares no ministério do Turismo.
A
Operação prendeu 38 pessoas, entre elas o número dois do ministério, Frederico
Costa Silva que pediu demissão no dia 17 de agosto.
Após
inúmeras denúncias, entre elas pagar a governanta com dinheiro público, e mais
de um mês de crise, o ministro do Turismo, Pedro Novais, se demitiu na última
quarta, dia 14.
Um
dos resultados das crises ministeriais foi a saída do PR da base aliada por
causa das demissões no ministério dos Transportes. Outro resultado foi a
chamada “faxina ética” que, segundo Dilma, não é a pauta principal de seu
governo.
Talvez
seja verdade, já que a presidente permitiu que os ministros tentassem se manter
nos cargos, como no caso de Palocci, porém, como no caso de Rossi, Dilma tomou
a atitude que todos esperavam, portanto, o nos resta é esperar os próximos
capítulos desta tão aguardada faxina.
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